O que você achou da capa do livro "Memórias de um adolescente"

sábado, 29 de novembro de 2008

Descrição de Bárbara




INDESCRITÍVELMENTE PERFEITA.
É amor, deu realmente só 1 linha!!

Síndrome dos Best-Sellers




Este ano, até agora, li um total de quinze livros. Destes, oito foram Best-Sellers.


A leitura de um Best-Seller geralmente é mais fácil, mais simples e mais dinâmica. Isso gera uma certa comodidade em ler sem fazer esforço.


Até aí tudo bem, mas quando voltamos para os bons e velhos nacionais, sofremos. A contagiosa Síndrome dos Best-Sellers tem sintomas diversos, que variam desde a acomodação à preguiça. É claro que não são todos os enfermos que possuem estes sintomas, mas é preciso tomar cuidado.


A beleza dos livros está na forma como somos conduzidos através deles e a maioria dos Best-Sellers, simplesmente, não faz isso corretamente.


Vamos exercitar o nosso cérebro.


Podemos malhá-lo até suar ou ficar parado deixando um "Total Shape" fazer o trabalho por nós.


Não estou dizendo, obviamente, para não lerem-nos, afinal, se são os mais vendidos, devem ter lá o seu valor e, considerando a situação atual, até revista de fofoca vale.


Leiam os livros, mas cuidado. Procure alternar entre uma leitura mais complexa e uma mais simples.


O seu cérebro agradece!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Falando sobre livros - O caçador de Pipas




'O Caçador de Pipas' conta a história da amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970. Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre em busca da aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido por coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas,no inverno de 1975, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após desperdiçar a última chance, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas vinte anos depois, Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado.



O que eu tenho a dizer?


O caçador de pipas é um típico Best-Seller. Com a leitura fácil e acontecimentos fortes em um curto espaço de "páginas", Khaled vai te levando aos pouquinhos do início ao fim. É o tipo de livro tranquilo, que você vai lendo até chegar ao fim
O seu jeito de escrever utilizando os artifícios cronológicos também é interessante em um livro em que se fala da história. Não possui um tema muito original e tenta a todo momento convencer o leitor de que há algo mais na frente, o que, por incrível que pareça, acaba sendo uma verdade. Por outro lado, o leitor é frequentemente surpreendido por sequências de acontecimentos sem ordem cronológica.



Conselho: Leia e tire suas próprias conclusões.


Construção - Chico Buarque


Uma crítica a sociedade que demonstra apenas um poquinho da genialidade deste homem.



Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Ler Deveria ser Proibido

Campanha de incentivo a leitura "Ler deveria ser proibido"


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Amigo Secreto de Livros


Já é tempo de pensar nessas coisas, afinal, o natal já está próximo.
Já que Amigo Secreto/Oculto/Invisível é algo tão difundido aqui no Brasil, por que não um Amigo secreto de Livros?

Pensem só nas possibilidades:
Milhares de pessoas trocando livros e estimulando a cultura. Isso seria maravilhoso!


É claro que haverá resistência, mas com uma boa lábia, pode ser possível.


Vamos fazer com que a troca de livros seja algo tão presente aqui no Brasil quanto a troca de chocolates.

Divulguem esta idéia!

sábado, 15 de novembro de 2008

Olhos leves


A sala estava quente e abafada.
Nossas mentes sonhavam com o barulho monótono do ventilador,
que naquela manhã não esta presente:
tinha estragado no dia anterior.
Droga!
Eu queria ir para casa, mas não podia
tinha que esperar até as Onze.
O silêncio era quase tangível.
Alguns meninos estavam inquietos.
Algumas meninas estavam nervosas,
passavam a mão no cabelo,
cruzavam e descruzavam as pernas.
Todos estavam com seus rostos virados para baixo,
concentrados, suando.
Podia ver todos os topos de cabeça naquela sala, exceto de duas:
A minha própria, e a de uma linda garotinha
sentada no canto esquerdo da sala,
sem chegar a ser no fundo, mas também
longe de estar na frente.
Ela olhava, não muito discretamente,
para o colega a sua direita,
mas precisamente para o que estava em sua mesa,
mas precisamente para a questão três.
A garota percebeu que a olhava, e assustou ligeiramente.
Compreendeu minha hesitação e sorriu.
Sorrindo, ela piscou um daqueles olhos,
levemente puxados,
para mim e voltou a atenção a sua prova
me deixando estupefato.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Será que funciona?


O cano da arma estava apontado para minha cabeça,

as gotas de suor desciam por ela

enquanto eu era ameaçado de morte.

Por que fez isso?

Não conseguia responder,

tentava manter a calma enquanto ele ria.

Ria de se acabar.

Você sempre teve tudo.

Mais suor, mais lágrimas,

mais risos.

Ele era perigoso, tinha uma arma

balançava perigosamente em minha direção

e me ameaçava:

Tenho mil motivos pra te matar.

e cada um desses mil motivos surgia na minha cabeça

um por um,

mutilando a minha face com o arrependimento

não altruísta, mas egoísta,

E agora, meu amigo... dizia ele

não há lugar pra nós dois nesse mundo.

Com toda a raiva que conseguiu reunir

aquele homem fechou os olhos,

puxou a arma em direção a sua boca,

e se matou.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Invisível


Prévia de uma obsessão entre uma instituição incompetente e um psicopata



Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha

Vocês acham que sabem de alguma coisa?

pergunte a elas e verifiquem.

Quantas vocês dizem que são?

eu as conheço pelo nome

algum de vocês, vermes, sabe a cor dos olhos dela?

Eu sei! De cada uma...

nome, idade, cor do cabelo...

do que sentem medo...

e não é de mim.

Perguntem a elas... vamos...

Não podem alegar que 45 garotinhas

sofrem de estresse pós-traumático

isso é absurdo até mesmo para vocês;

Pois digam-me, quem é o verdadeiro culpado,

Eu, que as devolvi à liberdade e alegria ou

seus pais, que tiraram isso delas?

Não posso deixar que continuem assim,

elas precisam de mim, e eu

preciso delas.

Bater em mim não resolve, mas

aproveitem em quanto é tempo,

por que em poucas horas eu sairei daqui

pela porta da frente, acenando,

enquanto vocês, abobalhados,

vão se perguntar como isso aconteceu.

Já estive aqui várias vezes antes...

eu brinquei com vocês,

e voltei apenas para rir mais.

Vocês são patéticos, não vêem a minha genialidade.

Eu não derramo sangue inocente,

por que ninguém é inocente,

e, logo, vocês verão isso.

Mas por enquanto, me limito a rir.

Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha Ha

sábado, 8 de novembro de 2008

Ela é tão...


Uma prévia de um amor entre um homem e uma menina.



Vejo aqueles pézinhos lindos,

aquele corpo rosado e pequeno,

ah, como eu queria tê-la para mim,

mas não posso, não,

nunca isso poderia acontecer,

eu sou tão velho, e ela é tão...

mas o jeito como me olha,

como se me amasse,

mas que tipo de amor?

Oh Meu Deus, me ajuda!

Tire estes pensamentos de mim,

Ela não merece alguém como eu,

ela é tão...

Tenho medo de machucá-la,

e isso vai acontecer,

mais cedo ou mais tarde...

Não posso amá-la tanto,

não posso desejá-la tanto,

simplesmente não posso... ela é tão...

Se ela sentir metade da minha dor,

já será o fim para ela,

e para mim...

o mundo foi tão injusto...

Estes olhinhos cor-de-mel,

levemente puxados,

como ela é linda.

Ninguém jamais aceitaria,

eu preciso desistir,

Mas...

ela é tão...

Não faça isso comigo!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Lisbon Revisited (1923)





Não: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!



Homenagem a um certo Pessoa.